Rio Negro seca 1,90 metros em apenas 16 dias e estiagem severa ameaça Manaus
Manaus – O Rio Negro, um dos principais rios da Amazônia, sofreu uma queda alarmante de 1,90 metros em apenas 16 dias, de acordo com dados mais recentes do Porto de Manaus. Na sexta-feira, 16, o nível das águas estava em 23,28 metros, refletindo uma estiagem que já começa a preocupar especialistas e autoridades.
A previsão do governo do Amazonas para 2024 é sombria: o estado pode enfrentar uma seca severa semelhante ou até mais grave do que a registrada no ano passado. Na estiagem de 2023, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo dos últimos 120 anos, causando estragos significativos em Manaus, incluindo o fechamento de escolas na zona rural e alterações drásticas em pontos turísticos da capital.
Este ano, a situação já levou o governo estadual a decretar estado de emergência em 20 cidades. Em Envira, a seca está provocando desabastecimento e elevando os preços de itens essenciais da cesta básica, afetando gravemente a vida da população local.
Na sexta-feira, 16, o governo também divulgou um relatório que revela que a estiagem já impacta diretamente 111 mil pessoas no estado. Em Manaus, a última vez que o nível do Rio Negro apresentou uma descida significativa foi em novembro do ano passado. Desde então, o rio havia mantido um lento processo de subida. No entanto, a partir de 17 de junho, o nível das águas parou de subir e começou a descer no dia 23 do mesmo mês. Desde então, o rio registrou uma descida de mais de três metros, com uma média de 11,8 centímetros por dia apenas em agosto. Comparado ao mesmo período de 2023, o nível de descida aumentou em 54%.
A situação crítica não é exclusiva de Manaus. Outras cidades também estão enfrentando dificuldades. Em Itacoatiara, Tabatinga e Coari, os rios locais estão apresentando quedas significativas. Na Velha Serpa, o Rio Amazonas desceu 1,02 metros desde o dia 8 até este sábado, 17. Em Tabatinga, o Rio Solimões estava medindo 0,06 centímetros no sábado, e em Coari, o mesmo rio caiu dois metros no intervalo de apenas oito dias.
A seca severa está transformando a paisagem amazônica e impondo desafios crescentes para os habitantes da região. Com a situação se agravando, as autoridades e a população enfrentam um período crítico, exigindo ações imediatas e efetivas para mitigar os impactos dessa emergência ambiental.