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“Rasgaram minha filha com as mãos”: mãe denuncia violência obstétrica em parto da filha na Maternidade Balbina Mestrinho; veja vídeo

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“Rasgaram minha filha com as mãos”: mãe denuncia violência obstétrica em parto da filha na Maternidade Balbina Mestrinho; veja vídeo

Manaus – Um grito de dor que ecoa para além da sala de parto. É assim que Marcieila de Souza Soares descreve a experiência de sua filha, Stefanny Soares Xavier, em um parto de emergência na Maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus. A mãe formalizou uma grave denúncia por violência obstétrica, acusando a equipe médica de praticar um procedimento cruel e negligente no dia 3 de outubro de 2025. O caso já é objeto de investigação policial, após registro de Boletim de Ocorrência no 1° Distrito Integrado de Polícia, e também foi protocolado na ouvidoria da unidade de saúde.

Denúncia

O que deveria ser um momento de celebração pela chegada de uma nova vida transformou-se em um relato de trauma e angústia.

De acordo com o relato da mãe, que acompanhou todo o procedimento, a filha deu entrada na maternidade no dia 30 de setembro, com fortes contrações. Apesar de um histórico de parto prematuro, o primeiro médico que a atendeu teria classificado as dores como “cólica normal da gravidez”. Somente após a avaliação de outras profissionais, que constataram 2 cm de dilatação, Stefanny foi internada por trabalho de parto prematuro. Ou seja, três dias de espera.

O maior sofrimento ocorreu na sala de cirurgia. A situação, segundo a denunciante, tornou-se ainda mais brutal. “Ao invés de usarem a pinça, eles ‘rasgaram’ minha filha com as próprias mãos”, descreve Marcieila. O Boletim de Ocorrência corrobora a denúncia, afirmando que a mãe presenciou os obstetras “arregaçando a região abdominal da paciente, que gritava de dor de forma extrema, sendo necessário que os médicos segurassem suas pernas”. Em meio ao procedimento, Stefanny chegou a desmaiar.

Marcieila conta que, durante a cesariana de emergência, a anestesia não fez efeito e Stefanny gritava de dor. Ela afirma ter implorado para que os médicos, identificados por ela como Cornélio, Elias e Inácio, aplicassem uma anestesia geral, mas o pedido foi negado sob a justificativa de que outros sedativos já haviam sido administrados e que as reações da paciente seriam “pensamentos involuntários” e “alucinações” por ansiedade.

“Quando implorei por anestesia geral para que minha filha parasse de gritar, os médicos ignoraram meu pedido. Eles pegaram a incisão que haviam feito para retirar o bebê e, sem usar qualquer instrumento como uma pinça, um médico puxou a carne dela com as mãos, de um lado e do outro. Isso fez com que o tecido rasgasse ainda mais. Minha filha gritava e se debatia de dor. Duas enfermeiras a seguravam, uma em cada perna, enquanto eu, desesperada, gritava para que parassem a cirurgia, pedindo que dessem algum sedativo para aliviar o sofrimento dela. Era evidente que ela estava sentindo tudo.Mesmo assim, eles não pararam. Não tiveram a mínima decência de fazer algo para amenizar a dor da minha filha. Ela foi cortada e dilacerada viva, sem nenhum sedativo. Eu tremia, passando mal, e continuava implorando para que parassem, para que dessem algo a ela. Eles disseram que não dariam mais nada porque já haviam aplicado anestesia, mas seguiram com o procedimento. Retiraram o bebê, que estava roxo. A pediatra entrou, fez as manobras necessárias, e o bebê, que estava arroxeado, se recuperou. Ela disse que ele estava bem. Enquanto isso, minha filha continuava gritando, e eu seguia pedindo, em vão, para que parassem. Eu estava tão abalada que comecei a passar mal”, conta a avó da criança.

Após a cirurgia, as consequências do trauma se estenderam. Stefanny passou quase seis dias com dores intensas que a impediam de levantar da cama e chegou a desmaiar, necessitando de glicose e soro. Agora, a família aguarda a alta médica da mãe e do bebê para ter acesso ao prontuário completo e dar andamento às medidas legais.



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