Procuradora Fabiola Salmito se manifesta e diz que irá dar uma moto nova para entregador; veja
Manaus — Após forte repercussão nas redes sociais, Fabiola Bessa Salmito Lima, procuradora do Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT/11ª), que arrastou a motocicleta de um entregador por mais de 1,5 km na zona centro-sul de Manaus, se manifestou publicamente sobre o caso nesta quarta-feira (28).
“Eu sou a pessoa que arrastei a moto, e só o fiz porque bati e vários motoqueiros me seguiram batendo no meu carro. Mas ele será ressarcido pela moto, não se preocupem. Colisões ocorrem no trânsito, mas perseguições são de assustar, o que não tem nada a ver com o dono da moto. Tudo será resolvido”, declarou a procuradora em nota divulgada nas redes sociais.
O caso ocorreu na noite da última terça-feira (27), no bairro Parque 10 de Novembro, e gerou grande comoção e indignação após vídeos gravados por testemunhas mostrarem o momento em que a procuradora, dirigindo um veículo modelo Spin, de cor branca, arrasta a motocicleta pela rua Professor Samuel Benchimol, nas proximidades do igarapé do Mindu. Segundo relatos, a moto foi arrastada desde a avenida Ivanete Machado, próxima à APAE, totalizando um percurso de mais de um quilômetro e meio.
O motoboy envolvido, Cristian Eduardo, de 23 anos, trabalha como entregador de lanches e relatou que a moto era nova, ainda estava sendo financiada, e ficou completamente destruída. Segundo Cristian, ele estava parado quando a procuradora, trafegando na contramão, avançou sobre sua motocicleta, que acabou presa sob o veículo e arrastada até as imediações do igarapé do Mindu. Apesar do susto, o entregador escapou sem ferimentos graves.
Vídeos do episódio mostram motoristas e outros entregadores tentando, sem sucesso, alertar a motorista para que parasse. Quando finalmente parou, Fabiola aparentava estar em estado de choque e permaneceu no local até a chegada da Polícia Militar, que a conduziu ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) para prestar esclarecimentos.
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O caso está sendo apurado pelas autoridades competentes. A conduta da procuradora deverá ser analisada tanto na esfera administrativa quanto na penal. A situação reavivou debates sobre responsabilidade no trânsito, abuso de prerrogativas e a necessidade de tratamento igualitário perante a lei, especialmente quando envolve figuras públicas.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso segue mobilizando milhares de internautas, que expressam solidariedade ao motoboy e cobram providências das autoridades. A promessa da procuradora de ressarcir o entregador foi recebida com alívio por alguns, mas também com críticas sobre a forma como a situação foi conduzida.
A motocicleta de Cristian, avaliada em aproximadamente R$ 15 mil, foi declarada como perda total. O entregador, que depende do veículo para trabalhar, afirmou que aguarda a reparação prometida: “Só quero resolver isso, voltar ao trabalho e seguir minha vida.”