Pacientes denunciam falta de ar-condicionado e calor insuportável em UTI do Hospital 28 de Agosto: “calamidade!”; veja vídeo
Manaus – Um novo episódio de descaso escancarou a precariedade da saúde pública no Amazonas. Pacientes do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, uma das principais unidades de emergência de Manaus, denunciaram o não funcionamento dos aparelhos de ar-condicionado, inclusive na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde estão internados os casos mais graves.
Os relatos vêm acompanhados de imagens estarrecedoras. Em um vídeo que circula nas redes sociais, um paciente — claramente indignado — registra o calor sufocante dentro da UTI. “Olha a calamidade que tá isso aqui!”, desabafa, enquanto filma pessoas debilitadas, profissionais suando em bicas e acompanhantes se abanando como podem, tentando aliviar o desconforto térmico.
Veja vídeo:
A denúncia evidencia o colapso silencioso que tomou conta da saúde pública no estado. Em uma cidade onde as temperaturas facilmente ultrapassam os 35ºC, a falta de climatização em áreas críticas como a UTI não é apenas um problema de infraestrutura: é uma questão de dignidade, saúde e risco à vida.
Enquanto pacientes agonizam e equipes de saúde trabalham em condições desumanas, o Governo do Amazonas — por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) — mantém-se em silêncio ou recorre a justificativas burocráticas. A situação no HPS 28 de Agosto não é um caso isolado, mas o retrato cotidiano de um sistema que parece ter perdido qualquer compromisso com o bem-estar da população.
A precarização da rede pública estadual de saúde só se aprofunda. Falta de equipamentos, superlotação, escassez de insumos e agora a incapacidade de garantir algo básico como a climatização de um ambiente hospitalar. É uma sequência de negligências que beira o escândalo — e não são poucos. Escândalos semelhantes são relatados todos os dias por quem precisa do mínimo: atendimento digno e condições adequadas de cuidado.
Em vez de referência no atendimento de urgência, o HPS 28 de Agosto vem se tornando símbolo de abandono e desrespeito. A população, mais uma vez, paga com o próprio sofrimento pelo desgoverno e pela inércia da gestão pública.


