Movimentação de Maria do Carmo na UFAM levanta suspeitas e incomoda o meio universitário: por que o interesse?
Manaus – Em um movimento que levanta sobrancelhas e provoca desconfiança, Maria do Carmo Seffair, reitora da Fametro, faculdade particular de Manaus, resolveu enfiar o nariz onde não foi chamada. A empresária, conhecida por comandar o grupo educacional privado com mãos de ferro e um apetite voraz por influência, reuniu-se recentemente com candidatos à reitoria da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), uma instituição pública que nada tem a ver com seus negócios. A pergunta que fica é: o que uma figura da iniciativa privada está fazendo no meio de um processo que deveria ser exclusivo da comunidade acadêmica pública?
Não há como negar: Maria do Carmo é gulosa. Dona de um império educacional que lucra com mensalidades salgadas e uma reputação que não impressiona, ela parece agora querer estender seus tentáculos para além do seu quintal. A presença dela nesse cenário é, no mínimo, um desrespeito ao princípio de autonomia universitária.
Aqui não se trata de demonizar o setor privado – longe disso. A iniciativa privada tem seu papel, gera empregos e movimenta a economia, mas há limites. Maria do Carmo meter o bedelho na escolha da reitoria da UFAM é uma intromissão que cheira mal. O processo de seleção de reitor em uma universidade federal já é delicado o suficiente, com suas disputas internas e pressões políticas, sem precisar de uma outsider com agenda própria bagunçando ainda mais o tabuleiro. Ela não tem legitimidade nem expertise para palpitar nisso – seu mundo é o das mensalidades superfaturadas e dos cursos de qualidade questionável, não o da educação pública que busca, mesmo com falhas, servir à sociedade.
A atitude de Maria do Carmo pode ser mais do que inconveniente; pode ser prejudicial. Ao se infiltrar nesse processo, ela arrisca contaminar uma escolha que deveria refletir os interesses da comunidade acadêmica – professores, alunos e servidores – com os vícios da lógica mercantil que ela representa. Imagina só: uma reitoria da UFAM influenciada por alguém que vê educação como business em vez de missão.
Que Maria do Carmo cuide da Fametro e deixe a UFAM em paz. Se ela quer tanto poder, que melhore a própria instituição, entregue diplomas que valham o papel em que são impressos e pare de cobiçar o que não lhe pertence. A universidade pública não é playground para os caprichos de uma empresária gulosa.