Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Escândalo: moradores do conjunto Ayapuá acusam o supermercado DB de invadir terreno e destruir a natureza; veja vídeo

Compartilhe
DB escandalo

Manaus – Moradores do Conjunto Ayapua, localizado no bairro da Compensa, Zona Oeste de Manaus, estão em pé de guerra contra a rede de supermercados DB, acusada de invadir e devastar uma área verde e um terreno de propriedade dos residentes desde a década de 1970. A denúncia, trazida à tona pelo repórter Thiago Quara, do Portal e TV CM7 Brasil, expõe um conflito fundiário que ameaça a história e o meio ambiente da comunidade.

De acordo com Luiz Otávio, morador do Ayapua há 41 anos, o terreno sempre pertenceu aos residentes, que possuem 680 certidões financiadas pela Caixa Econômica Federal, comprovando a posse legítima. Ele relata que, na década de 1990, uma obra foi embargada pelo BEA (representante dos mutuários), e a área, destinada originalmente a uma área de lazer, nunca foi entregue pela construtora Arca. Mesmo assim, os moradores transformaram o espaço em um oásis verde, plantando 400 bananeiras, castanheiras e coqueiros, que se tornaram parte da história da comunidade. “Aqui tinha ninhos de araras, tucanos, pica-paus. Era o nosso refúgio. Até um casal de cutias com filhotes vivia aqui, e agora foram mortos”, lamenta Luiz, destacando a perda ambiental.

A indignação dos moradores explodiu há 11 dias, quando máquinas pesadas do DB invadiram o terreno, derrubando árvores e muros sem aviso prévio. “Acordei com uma pá mecânica na altura do terceiro andar, na minha sacada. Eles disseram que o Ayapua é invasor, que compraram o terreno de uma empresa de transportes fundada na década de 1980. Como podemos ser invasores de algo que nem existia quando chegamos?”, questiona Luiz. Ele acusa a rede de supermercados de agir com violência, citando um episódio que classifica como tentativa de homicídio, quando máquinas foram usadas contra ele.

Os moradores também apontam irregularidades cartoriais. Segundo Luiz, em 10 de outubro do ano passado, a IMPURB abriu uma nova matrícula do terreno, baseada em um documento fraudulento da década de 1990, já cancelado. “Nós temos a posse, temos documentos. Eles vieram na força, sem ordem judicial, com tratores de milhões, destruindo tudo”, afirma. A comunidade planeja entrar com uma ação judicial na próxima segunda-feira, buscando uma liminar para suspender a obra, que ainda não possui autorização de terraplanagem da IMPURB.

Além da questão fundiária, os moradores denunciam o descaso ambiental. A área destruída abrigava castanheiras, árvores em extinção, e era ponto de passagem de araras que migravam para o Tarumã. “Há 13 dias, as araras não aparecem mais. Era o ninho delas. Isso não é só terra, é a nossa história, a alma dos nossos pais que plantaram aqui”, diz Luiz, relembrando Seu Pita e Seu Raimundo, moradores falecidos que lideraram o plantio na década de 1990.

Outro morador, que preferiu não se identificar, reforça a indignação: “Era uma área verde cheia de vida, com cutias, pássaros. Do nada, em poucos dias, destruíram tudo. Não houve respeito, nenhuma consulta pública. Os órgãos, como o IPAAM, ainda nos chamam de invasores, quando estamos aqui há 40 anos. Isso é um absurdo.”





Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais