Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
Web Stories STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Caso Mohammad Ali: Justiça inicia audiência de instrução sobre morte de jovem em Manaus

Compartilhe
Caso Mohammad Ali: Justiça inicia audiência de instrução sobre morte de jovem em Manaus

Manaus – Teve início no Fórum Ministro Henoch Reis, em Manaus, a audiência de instrução da Ação Penal que apura o assassinato do palestino Mohamad Ali Manasrah e a tentativa de homicídio contra seu irmão, Ismail Manasrah. O crime, ocorrido em fevereiro deste ano, chocou a comunidade local pela brutalidade e por indícios de premeditação.

Os acusados, Bruno da Silva Gomes e Robson Silva Nava Júnior, respondem por homicídio qualificado consumado e tentativa de homicídio, respectivamente. A sessão foi conduzida pelo juiz titular Fábio César Olintho de Souza, responsável por acompanhar o andamento do processo.

Ataque com gargalo de garrafa após briga em boate

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), o crime foi motivado por uma briga iniciada dentro de uma casa noturna no bairro Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul da capital. Testemunhas relataram que a discussão entre os irmãos Manasrah e os acusados foi contida por seguranças do estabelecimento, mas os ânimos não se acalmaram.

Já na rua, por volta das 2h da madrugada de 8 de fevereiro, Bruno e Robson teriam aguardado a saída das vítimas e, armados com um gargalo de garrafa, atacaram os irmãos. Mohamad morreu no local, atingido por golpes fatais. Ismail sobreviveu, mas sofreu ferimentos graves.

Detalhes da audiência

A audiência desta quarta-feira foi marcada pelo depoimento de quatro testemunhas e de duas pessoas na condição de informantes. Entre os que prestaram depoimento estava Ismail Manasrah, sobrevivente do ataque, que também atua como assistente de acusação no processo, acompanhado pelas advogadas Maria Yêdda Guerra Furtado e Larissa Guerra Furtado.

O réu Bruno da Silva Gomes, preso preventivamente, participou do interrogatório por videoconferência a partir da unidade prisional onde está custodiado. Já Robson Nava Júnior, que segue foragido da Justiça, participou da audiência de forma remota, amparado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite que réus com mandado de prisão em aberto participem de atos processuais por videoconferência.

O interrogatório de Robson foi adiado para o próximo dia 22 de julho, às 8h30, quando a audiência de instrução será retomada.

Premeditação e agravantes

Segundo o inquérito policial e o Ministério Público, o crime apresenta claros indícios de premeditação. Para a promotora de justiça Clarissa Moraes Brito, que acompanha o caso desde o início, trata-se de uma emboscada motivada por fútil desentendimento, agravada pelo uso de meio cruel – fatores que, segundo a promotoria, reforçam a necessidade de julgamento pelo Tribunal do Júri.

Caso os interrogatórios e demais etapas da fase de instrução sejam concluídos como previsto, o processo seguirá para a fase de alegações finais das partes. Em seguida, caberá ao juiz decidir sobre a pronúncia, ou seja, se os réus irão a júri popular.

Repercussão

O caso teve ampla repercussão na capital amazonense, especialmente entre comunidades de imigrantes. O assassinato de Mohamad Manasrah, de origem palestina, levantou debates sobre violência urbana, xenofobia e a atuação da Justiça em crimes com motivação interpessoal extrema.

Enquanto o julgamento não ocorre, a expectativa gira em torno da decisão judicial sobre a pronúncia e o possível encaminhamento dos acusados ao Tribunal do Júri, onde poderão responder por homicídio qualificado e tentativa de homicídio com penas que podem ultrapassar 30 anos de reclusão.



Banner Rodrigo Colchões

Banner 1 - Portal CM7 Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais