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GRAVE: peixes no Amazonas e em outros 5 estados estão contaminados com mercúrio, revela estudo

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GRAVE: peixes no Amazonas e em outros 5 estados estão contaminados com mercúrio, revela estudo

Amazonas – Um estudo realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil revelou que peixes consumidos pela população em seis estados da Amazônia brasileira apresentam altos índices de contaminação por mercúrio, superando em 21,3% o limite permitido.

A pesquisa abrangeu os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Os dados revelaram que Roraima registrou o maior índice de contaminação, com 40% dos peixes analisados apresentando concentrações do metal pesado acima dos limites recomendados pelas regras sanitárias e de saúde. A análise foi realizada na capital Boa Vista.

MÉDIA DE PEIXES CONTAMINADOS POR ESTADO

Acre: 35,90%
Amapá: 11,40%
Amazonas: 22,50%
Pará: 15,80%
Rondônia: 26,10%
Roraima: 40%

Ao longo do estudo, foram coletadas amostras de 80 espécies de peixes em todas as capitais desses estados, além de outros 11 municípios do interior. A média de peixes contaminados por estado ficou assim: Acre (35,90%), Amapá (11,40%), Amazonas (22,50%), Pará (15,80%), Rondônia (26,10%) e Roraima (40%).

Especificamente no Amazonas, algumas cidades registraram índices ainda mais alarmantes, com o índice de contaminação chegando a 50% em municípios como Santa Isabel do Rio Negro e São Miguel da Cachoeira. No entanto, considerando a média de todos os municípios estudados, a contaminação geral foi menor do que em Roraima.

Os pesquisadores apontam que o aumento da contaminação está relacionado ao avanço dos garimpos de ouro na região. Os peixes foram adquiridos em estabelecimentos comerciais nas cidades dos estados estudados, e a partir disso foi calculada uma média de contaminação.

A presença de mercúrio no organismo humano pode causar sérios problemas de saúde, especialmente afetando o sistema nervoso. Grávidas e crianças são consideradas mais vulneráveis, devido à interferência do mercúrio na saúde do feto e ao impacto em seu desenvolvimento.

A Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO/WHO) e a Agência de Vigilância Sanitária brasileira estabelecem um limite de 0,5 micrograma de mercúrio por grama. Esse limite serviu como base para o estudo, que revelou que Roraima apresenta potenciais ingestões de mercúrio pela população, por meio do consumo de peixes, variando entre 5,9 e 27,2 microgramas.

Problemas para a saúde

Altamente tóxico, o mercúrio é usado por garimpeiros que atuam ilegalmente na Amazônia durante a exploração de ouro, principalmente em territórios indígenas, como a Terra Yanomami. O metal é utilizado para separar o ouro de outros sedimentos e, assim, deixá-lo “limpo”.

A contaminação por mercúrio afeta principalmente o sistema nervoso, sendo especialmente preocupante para mulheres grávidas e crianças. Em Roraima, estado com o maior índice de contaminação, mulheres em idade fértil estariam ingerindo até oito vezes mais mercúrio do que o recomendado, enquanto crianças de 2 a 4 anos estariam expostas a até 27 vezes mais o limite seguro.

Devido à utilização de mercúrio durante a exploração de ouro, principalmente em territórios indígenas, como a Terra Yanomami, os rios da Amazônia estão altamente contaminados. O metal tóxico é despejado no ambiente sem qualquer cuidado, acumulando-se nos rios e entrando na cadeia alimentar por meio do consumo de água e peixes contaminados. O mercúrio possui alta toxicidade e afeta principalmente o sistema nervoso. Além disso, o metal líquido tem a capacidade de bioacumulação, o que significa que sua concentração aumenta em cada nível da cadeia alimentar. Mulheres grávidas correm o risco de transmitir a contaminação para seus fetos, causando distúrbios neurológicos, danos aos rins e ao sistema cardiovascular. Crianças expostas ao mercúrio podem apresentar dificuldades motoras e cognitivas, incluindo problemas na fala e no processo de aprendizagem.

A situação em Roraima é especialmente alarmante, com os dados do estudo indicando que mulheres em idade fértil estariam ingerindo até oito vezes mais mercúrio do que o recomendado, enquanto crianças de 2 a 4 anos estariam expostas a até 27 vezes o limite seguro.

 





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