Família vive pesadelo em Manacapuru: corpos de avô e neto carbonizados seguem no IML há uma semana
Amazonas – A comunidade da Vila do Ubim, em Manacapuru, interior do Amazonas, vive dias de dor e indignação.
Neste domingo (26), familiares e vizinhos se reuniram em uma manifestação emocionada, pedindo que o Instituto Médico Legal (IML), libere os corpos de Nicolas, um adolescente, e de seu avô, Claudeci Pereira da Silva, que morreram carbonizados há uma semana em um incêndio que, segundo os parentes, pode ter sido criminoso.
O desespero da família aumenta a cada dia. O IML informou que é necessário realizar exames de DNA para confirmar as identidades, o que tem atrasado a liberação. Enquanto isso, o sofrimento cresce.
Com os olhos marejados, Ane Caroline da Silva e Silva, mãe de Nicolas, fez um apelo comovente:
“Já são sete dias de espera, sete dias sem respostas. Só queremos enterrar meu filho e meu pai com dignidade. O Nicolas tentou salvar o avô. Ele podia ter saído pela janela, mas voltou. Os dois morreram juntos.”
A avó, Odineia Negrão Barbosa, não conteve as lágrimas ao pedir respeito:
“Eles não eram bichos, eram trabalhadores, pessoas de bem. Queremos apenas que liberem os corpos. Isso é desumano. Que o governador, o IML, alguém olhe por nós.”
Os moradores da vila também participaram do ato, segurando cartazes e clamando por justiça e rapidez nas investigações. Muitos acreditam que o incêndio não foi acidental.
O pai do adolescente, Manoel Arnaldo, ainda tenta entender o que aconteceu naquela madrugada trágica: “Todos dormiam quando o fogo começou. Meu filho tentou salvar o avô. Ele morreu sendo herói.”
Entre lágrimas, velas e cartazes, o que se ouvia na manifestação era um único pedido: respeito, justiça e paz para quem partiu.



