Ex-diretor-presidente da Amazonprev, envolvido em escândalo de R$ 300 milhões, era contador da campanha de Wilson Lima
Manaus – O ex-diretor-presidente da Amazonprev, Ary Renato Vasconcelos de Souza, voltou ao centro das atenções após a revelação de um suposto esquema de aplicações irregulares envolvendo cerca de R$ 300 milhões das contas do regime próprio de previdência do Amazonas. As denúncias, apresentadas por representantes sindicais e amplamente divulgadas pelo CM7 Brasil em outubro deste ano, apontam que os investimentos foram feitos em instituições financeiras sem credenciamento formal e sem avaliação completa de risco. Os valores giram em torno de R$ 250 milhões para o C6 Bank e R$ 50 milhões para o Banco Master.
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O CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso nesta terça-feira (18) por envolvimento em um esquema criminoso de R$ 12 bilhões. Agora, o dinheiro dos aposentados do Amazonas corre sério risco de desaparecer, mostrando que os alertas públicos sobre o perigo das aplicações foram completamente ignorados.
Histórico conflitante
Antes de assumir o comando da Amazonprev, em 2022 Ary Renato era Secretário Extraordinário de Projetos Especiais do Governo do Amazonas, cargo comissionado vinculado à Casa Civil. Ao mesmo tempo em que exercia funções estratégicas no governo estadual, Ary Renato também chegou a acumular papéis ligados à campanha eleitoral rumo à reeleição do governador Wilson Lima (União Brasil) — incluindo atividades de tesouraria, representação e contabilidade da campanha durante o pleito de 2022. A sobreposição desses postos gerou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse dentro da administração estadual.
As aplicações milionárias da Amazonprev foram realizadas entre junho e setembro de 2024, na gestão de Ary Renato, que foi exonerado do cargo no início de 2025. Em seguida, quem assumiu a Amazonprev foi Evilázio Nascimento, irmão de Alfredo Nascimento, ex-senador e atual presidente do PL-AM.
Após a prisão do CEO do Banco Master e liquidação extrajudicial, os R$ 50 milhões da AmazonPrev no banco não estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos, que garante apenas até R$ 250 mil por cliente, colocando em risco a maior reserva financeira do Estado construída ao longo de décadas de serviço público.



