Estudantes relatam agressões e humilhações em ação policial dentro de escola em Manaus
Amazonas – Ação realizada pela Polícia Militar dentro da Escola Estadual Professor Juracy Batista Gomes, em Manaus, virou alvo de denúncias feitas por mães de alunos à Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM e ao Ministério Público.
Segundo elas, estudantes foram submetidos a práticas de violência, intimidação e até racismo durante atividade do Programa Escola Segura, Aluno Cidadão (Pesac), na última quinta-feira (25).
Relatos apontam que adolescentes foram obrigados a permanecer sentados por longas horas sob o sol, além de sofrerem agressões físicas e ameaças.
Os meninos tiveram os cabelos cortados no estilo militar por imposição dos policiais, que alegaram querer evitar cortes associados a facções. Já as meninas foram coagidas a amarrar os cabelos, com a advertência de que poderiam ser raspados caso não obedecessem.
Uma das mães afirmou que o filho, de apenas 13 anos, levou um chute no tornozelo e, desde o episódio, apresenta mudanças no comportamento.
Outras mulheres relataram ofensas como “delinquente” e ameaças diretas, do tipo: “vocês vão acabar no presídio”.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB-AM considerou os fatos narrados como violação grave de direitos humanos e informou que irá acompanhar o caso.
As mães também anunciaram que buscarão providências junto ao Ministério Público.
Em resposta, a Secretaria de Educação (Seduc-AM) e a Polícia Militar informaram que a ação foi autorizada por responsáveis, mas confirmaram que abriram processos administrativos para apuração.
O Pesac, criado em 2018, é divulgado como um programa voltado à disciplina e cidadania nas escolas da rede estadual, mas as denúncias levantam questionamentos sobre possíveis abusos na forma como a iniciativa vem sendo aplicada.