Escândalo na saúde: Diretora do Hospital de Parintins é investigada por desvios e nepotismo
Amazonas – A diretora do Hospital Regional de Parintins, Joseane Mascarenhas Lima, está sendo alvo de uma investigação minuciosa do Ministério Público do Amazonas (MPAM) por suspeitas de uso indevido da estrutura administrativa e financeira da unidade de saúde. As acusações contra Mascarenhas são graves e envolvem possíveis atos de improbidade administrativa, conforme aponta o promotor Marcelo Bitarães De Souza Barros.
De acordo com o MPAM, Mascarenhas, que também ocupa o cargo de coordenadora do curso de Enfermagem da faculdade Fametro em Parintins, utilizou funcionários do hospital para prestar serviços privados, sem qualquer relação com as atividades da unidade de saúde. Além disso, a diretora é acusada de usar dinheiro público para a aquisição de gêneros alimentícios para fins particulares. Entre os itens listados pelo órgão estão carnes nobres, cereais e gás de cozinha, comprados no supermercado Triunfante, no município.
O promotor Marcelo Bitarães De Souza Barros destaca que tais atos podem configurar enriquecimento ilícito e dano ao erário, violando os princípios da administração pública. A gravidade das acusações levou o MPAM a solicitar à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) a instauração de um inquérito penal para apurar a possibilidade de crime de apropriação indébita.
Entre outras irregularidades, Mascarenhas também teria permitido que funcionários públicos assinassem as folhas de frequência sem a devida prestação dos serviços. Além disso, o promotor afirma que a diretora do hospital contratou amigos e parentes para substituir servidores efetivos, o que pode configurar prática de nepotismo.
O MPAM determinou que seis funcionários do hospital prestem esclarecimentos à Promotoria de Justiça: Mônica Sakamoto, Maria Odite Santarém, Simone Salgueiro, Mika, Mariolino Paes e Sandro.
O supermercado Triunfante também foi intimado a fornecer informações sobre a compra de alimentos frios e gás de cozinha em dezembro de 2023, caso tenham sido feitas em nome do Hospital Jofre Cohen ou de Joseane Mascarenhas.
O Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) foi notificado sobre as irregularidades para que adote as medidas cabíveis. Já a Secretaria de Administração de Parintins tem um prazo de dez dias para enviar à Promotoria as fichas funcionais e financeiras de todos os servidores contratados no período em que Mascarenhas esteve à frente da instituição hospitalar.
Além disso, foi ordenada uma inspeção no Hospital Jofre Cohen, com a coleta de registros fotográficos das folhas de frequência relativas ao ano de 2024 das servidoras que exercem as funções de cozinheira e controladora de qualidade de alimentos.
A prefeitura de Parintins ainda não se manifestou sobre o caso até o momento.
