Empresa Cenart não tinha autorização para operar guindaste em árvore de Natal que matou trabalhador, diz Crea-AM
Amazonas – O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) confirmou que a empresa responsável pelo guindaste que tombou durante a montagem da árvore de Natal no Largo de São Sebastião, no Centro da capital, não possuía autorização para realizar operação com guindaste no local. O acidente, ocorrido na manhã de domingo (23), resultou na morte do operário Antônio Rodrigues, de 40 anos.
De acordo com o órgão, a empresa Cenart Arquitetura Artística já havia sido autuada na semana anterior após fiscalização que identificou ausência de documentação obrigatória para o serviço executado. Na ocasião, foram apresentadas apenas ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica) relacionadas à parte elétrica e a estruturas metálicas, o que, segundo o Crea, é insuficiente para autorizar operações de içamento com guindaste.
Ainda conforme o Conselho, até a última sexta-feira (21) não havia qualquer autorização para operação de guindaste no local. O que estava liberado era apenas o uso de um caminhão-munck, que também acabou sendo autuado por irregularidades.
Confira a nota:

Falta de ART e plano de rigging
Após o acidente, uma nova ação fiscal foi realizada no Largo de São Sebastião. Os fiscais identificaram a empresa responsável e seu CNPJ, porém o trabalhador que estava presente na operação não soube informar se havia ART específica para o içamento nem apresentou o plano de rigging, documento técnico obrigatório que detalha as condições de segurança e o planejamento da movimentação de cargas pesadas.
Ao consultar o sistema oficial do Conselho, o SITAC, os técnicos não localizaram qualquer ART vinculada ao serviço que estava sendo executado no momento do tombamento do guindaste.
Para o Crea-AM, a ausência desses documentos representa grave descumprimento das normas técnicas e legais que regem atividades de engenharia e montagem de estruturas, especialmente em operações de alto risco.
O Conselho informou que segue acompanhando o caso e reforçou que irá adotar todas as medidas cabíveis dentro de sua competência legal. O objetivo é apurar responsabilidades e garantir que situações semelhantes não voltem a ocorrer.
O acidente aconteceu durante a montagem da árvore de Natal promovida pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), do Governo do Amazonas, que deixou uma empresa sem autorização operar um guindaste em plena área pública, colocando a vida de trabalhadores em risco. A falta de fiscalização e de cuidado por parte do Estado resultou no tombamento da estrutura e na morte de Antônio Rodrigues, escancarando a irresponsabilidade e o descaso com a segurança em uma obra custeada com dinheiro público.
O caso também é investigado pela Polícia Civil, que apura se houve negligência, imprudência ou imperícia na operação do equipamento.



