Centro de Tratamento de Queimados do 28 de Agosto é desmontado pela OS Agir e pacientes ficam sem referência no Norte do país
Manaus – O único Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Norte do Brasil, localizado no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus, está sendo desmontado pela Organização Social (OS) Agir, contratada pelo Governo do Amazonas, comandado por Wilson Lima. A denúncia é grave: profissionais relatam o fim do setor, o abandono das instalações e o remanejamento forçado de funcionários, enquanto a unidade que deveria tratar pacientes com queimaduras graves foi transformada em um depósito.
Além do CTQ, denúncias apontam que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a enfermaria feminina do hospital também estão sendo impactadas pela gestão da OS Agir.
Profissionais relatam mudanças arbitrárias, sem planejamento ou comunicação adequada, incluindo o remanejamento de funcionários para setores distintos, gerando sobrecarga e adoecimento psicológico.
E se houver uma tragédia?
Com a chegada do verão amazônico, cresce o risco de acidentes com queimaduras graves causadas. O CTQ do 28 de Agosto era a única unidade pública do Norte com estrutura especializada para esse tipo de atendimento.
Agora, com o centro desmontado, surge uma pergunta inevitável e urgente aos deputados estaduais: se houver uma tragédia com incêndio, para onde irão os pacientes?
A população está desassistida. E o silêncio das autoridades até o momento só agrava o cenário de abandono.
Crise gerada pela OS Agir já tem histórico preocupante
A OS Agir já esteve no centro de outra crise grave em dezembro de 2024. Após assumir a gestão do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, promoveu uma demissão em massa de médicos ortopedistas — muitos deles com décadas de dedicação ao serviço público. A decisão foi tomada de forma unilateral, sem diálogo com os profissionais ou com as lideranças locais.
A desorganização gerada prejudicou o atendimento aos pacientes e provocou revolta entre trabalhadores da saúde. A atuação da Agir em Manaus tem sido marcada por decisões autoritárias e falta de planejamento, afetando diretamente o funcionamento de setores essenciais.