Amazonprev é acusada de irregularidades em investimentos de R$ 300 milhões, denuncia sindicato
Amazonas – O Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Amazonas (Sintjam) protocolou uma denúncia no Ministério Público Estadual (MPE-AM) apontando supostas irregularidades em investimentos de cerca de R$ 300 milhões realizados pela Fundação Amazonprev, responsável pela previdência dos servidores públicos estaduais.
De acordo com o coordenador-geral do sindicato, Roberto Dávila, as aplicações financeiras consideradas ilegais foram feitas entre junho e setembro de 2024 em letras financeiras de bancos não credenciados, como o Banco 106 e o Banco Master.
Segundo o Sintjam, os investimentos foram executados “por cima de travas de segurança”, sem autorização dos conselheiros responsáveis pela gestão do fundo. As aplicações têm prazo de retorno de dez anos, o que, segundo o sindicato, pode comprometer a liquidez do sistema previdenciário.
“Queremos saber por que as travas de segurança foram ultrapassadas. É dinheiro público, dos servidores estaduais, e precisa ser administrado com responsabilidade”, afirmou Dávila.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público Estadual e também será levado ao Ministério Público Federal (MPF) para investigação.
O advogado Audrey Amaral, que acompanha o caso, explicou que a denúncia se baseia em possíveis violações à legislação que regula investimentos previdenciários. Ele destacou que as instituições envolvidas não possuíam credenciamento junto à Amazonprev.
“Há indícios de que operações semelhantes foram realizadas com outros institutos previdenciários no país, inclusive no Instituto de Previdência de Aparecida de Goiás, que também apresentou denúncia ao Ministério Público local”, disse Amaral.
Embora o caso não afete de imediato o pagamento de aposentadorias e pensões, o advogado alerta para o risco à saúde financeira do sistema previdenciário do Amazonas nos próximos anos.
A Amazonprev ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.